da Folha Online
A reunião de ministros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) terminou nesta terça-feira em Quito após horas de debates em um clima de desconfiança sem que a Colômbia tenha apresentado seu acordo militar com os Estados Unidos. Os ministros falharam em conseguir um acordo para aliviar as tensões na região, alimentadas ainda por uma bilionária compra de armas russas pela Venezuela, mas o chanceler equatoriano, Fander Falconí, disse que o encontro fortaleceu o organismo sul-americano.
O grupo de nações pediu transparência nos acordos de defesa para tentar superar a desconfiança entre o governo conservador da Colômbia e seus vizinhos socialistas na região andina, mas o encontro, que tinha o objetivo de colocar em prática as intenções manifestadas pelos chefes de Estado em um encontro no mês passado, não resultou em consenso.
'Infelizmente, nós não chegamos qualquer resolução', disse o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, a repórteres.
O Chanceler equatoriano, anfitrião do encontro, tentou transmitir uma visão mais otimista. Ele disse que uma das chaves da reunião foi 'a constatação do fortalecimento da Unasul', um organismo que 'não tem que ir a instâncias internacionais para resolver problemas'. Em relação ao acordo militar sobre as bases colombianas, um dos focos de preocupação de vários países da Unasul, Falconí informou que o assunto 'vai seguir em discussão'.
Tanto o chanceler da Bolívia, como Nicolás Maduro e Ramón Carrizales, chanceler e ministro da Defesa venezuelanos, respectivamente, lamentaram, porém, que a Colômbia não tenha apresentado o documento do acordo em discussão para a utilização de sete bases militares em território colombiano por soldados e funcionários civis dos EUA.
'Lamentavelmente não chegamos a soluções. Lamentamos a atitude da Colômbia, a intransigência da Colômbia, que não quer transparência em seu convênio sobre as bases militares', disse o ministro boliviano a jornalistas. Segundo Choquehuanca, os outros onze países membros da Unasul chegaram a um acordo, enquanto a Colômbia 'ficou isolada em alguns temas'.
O chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, no entanto, disse que não foram dadas garantias em temas de cooperação, armamentos e grupos 'terroristas' na região.
A Colômbia disse, de maneira explícita, que está disposta a avançar nas medidas de confiança e nas garantias sobre todos os temas, incluindo o acordo de cooperação, mas também sobre a compra de armas, armamentismo, exercícios e testes nucleares'.
'Não se obteve um acordo sobre todos estes temas e será preciso seguir trabalhando com ânimo positivo para se chegar a uma solução final', disse Bermúdez à imprensa, ao destacar que a pauta não envolveu apenas a questão do acordo entre Bogotá e Washington sobre o uso das bases.
A ampliação do debate para os acordos de compras de armamentos de outros países --especialmente os recentes contratos da Venezuela com a Rússia-- foi um dos pontos defendidos pelos colombianos, como forma de sair do foco das críticas dos governos esquerdistas da região.
O ministro da Defensa da Venezuela, Ramón Carrizalez, destacou que seu país 'tem a obrigação constitucional de se proteger', ao justificar um crédito de US$ 2 bilhões para a compra de armamento da Rússia, incluindo 92 tanques T 72 e um número não determinado de mísseis antiaéreos.
Mas o anúncio da compra das armas russas chamou a atenção de outros países.
O presidente do Peru, Alan García, enviou uma carta aos representantes dos 12 países em Quito pedindo um 'freio' na corrida armamentista por meio de um pacto de não agressão militar.
Bermúdez defendeu a discussão de todos os negócios de compra de armas, além do problema do narcotráfico e do terrorismo, que fazem 'parte da agenda central de qualquer região'.
Já Maduro e seu colega equatoriano insistiram no tema do uso das bases militares colombianas por tropas americanas.
O chanceler colombiano disse que seu país acredita que 'é preciso cumprir com o mandato estabelecido pelos presidentes na Cúpula de Bariloche, que é o de promover medidas de confiança em todos os aspectos enumerados previamente'.
O ministro colombiano da Defesa, Gabriel Silva, estimou que 'as garantias devem ser exigidas não apenas para um, mas para todos' os países.
'Não basta pedir garantias para uma questão e deixar de lado as preocupações dos demais', disse Silva, em referência a compra de armas russas por parte da Venezuela.
'Queremos que haja um compromisso de verdade na luta contra o narcotráfico, que se compartilhe a informação sobre as atividades ilegais [...]. Esta é a cooperação integral que estamos buscando'.
O chanceler Celso Amorim disse que o Brasil quer 'garantias' de que o pacto militar entre Bogotá e Washington não vá ultrapassar as fronteiras colombianas, mas reconheceu o direito de cada país da região de celebrar seus próprios acordos na área de defesa.
Tanto a Colômbia quanto a Bolívia confirmaram que caberá ao Equador, que detém a presidência rotativa da Unasul, a decisão sobre se uma nova reunião do grupo será convocada.
Para o chanceler equatoriano, na reunião houve 'pontos de consenso e de desacordo'. Ele disse que entre os avanços está o estabelecimento de mecanismos para troca de informação e de cooperação em matéria de segurança.
Com Reuters, Efe e France Presse
A reunião de ministros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) terminou nesta terça-feira em Quito após horas de debates em um clima de desconfiança sem que a Colômbia tenha apresentado seu acordo militar com os Estados Unidos. Os ministros falharam em conseguir um acordo para aliviar as tensões na região, alimentadas ainda por uma bilionária compra de armas russas pela Venezuela, mas o chanceler equatoriano, Fander Falconí, disse que o encontro fortaleceu o organismo sul-americano.
O grupo de nações pediu transparência nos acordos de defesa para tentar superar a desconfiança entre o governo conservador da Colômbia e seus vizinhos socialistas na região andina, mas o encontro, que tinha o objetivo de colocar em prática as intenções manifestadas pelos chefes de Estado em um encontro no mês passado, não resultou em consenso.
'Infelizmente, nós não chegamos qualquer resolução', disse o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, a repórteres.
O Chanceler equatoriano, anfitrião do encontro, tentou transmitir uma visão mais otimista. Ele disse que uma das chaves da reunião foi 'a constatação do fortalecimento da Unasul', um organismo que 'não tem que ir a instâncias internacionais para resolver problemas'. Em relação ao acordo militar sobre as bases colombianas, um dos focos de preocupação de vários países da Unasul, Falconí informou que o assunto 'vai seguir em discussão'.
Tanto o chanceler da Bolívia, como Nicolás Maduro e Ramón Carrizales, chanceler e ministro da Defesa venezuelanos, respectivamente, lamentaram, porém, que a Colômbia não tenha apresentado o documento do acordo em discussão para a utilização de sete bases militares em território colombiano por soldados e funcionários civis dos EUA.
'Lamentavelmente não chegamos a soluções. Lamentamos a atitude da Colômbia, a intransigência da Colômbia, que não quer transparência em seu convênio sobre as bases militares', disse o ministro boliviano a jornalistas. Segundo Choquehuanca, os outros onze países membros da Unasul chegaram a um acordo, enquanto a Colômbia 'ficou isolada em alguns temas'.
O chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, no entanto, disse que não foram dadas garantias em temas de cooperação, armamentos e grupos 'terroristas' na região.
A Colômbia disse, de maneira explícita, que está disposta a avançar nas medidas de confiança e nas garantias sobre todos os temas, incluindo o acordo de cooperação, mas também sobre a compra de armas, armamentismo, exercícios e testes nucleares'.
'Não se obteve um acordo sobre todos estes temas e será preciso seguir trabalhando com ânimo positivo para se chegar a uma solução final', disse Bermúdez à imprensa, ao destacar que a pauta não envolveu apenas a questão do acordo entre Bogotá e Washington sobre o uso das bases.
A ampliação do debate para os acordos de compras de armamentos de outros países --especialmente os recentes contratos da Venezuela com a Rússia-- foi um dos pontos defendidos pelos colombianos, como forma de sair do foco das críticas dos governos esquerdistas da região.
O ministro da Defensa da Venezuela, Ramón Carrizalez, destacou que seu país 'tem a obrigação constitucional de se proteger', ao justificar um crédito de US$ 2 bilhões para a compra de armamento da Rússia, incluindo 92 tanques T 72 e um número não determinado de mísseis antiaéreos.
Mas o anúncio da compra das armas russas chamou a atenção de outros países.
O presidente do Peru, Alan García, enviou uma carta aos representantes dos 12 países em Quito pedindo um 'freio' na corrida armamentista por meio de um pacto de não agressão militar.
Bermúdez defendeu a discussão de todos os negócios de compra de armas, além do problema do narcotráfico e do terrorismo, que fazem 'parte da agenda central de qualquer região'.
Já Maduro e seu colega equatoriano insistiram no tema do uso das bases militares colombianas por tropas americanas.
O chanceler colombiano disse que seu país acredita que 'é preciso cumprir com o mandato estabelecido pelos presidentes na Cúpula de Bariloche, que é o de promover medidas de confiança em todos os aspectos enumerados previamente'.
O ministro colombiano da Defesa, Gabriel Silva, estimou que 'as garantias devem ser exigidas não apenas para um, mas para todos' os países.
'Não basta pedir garantias para uma questão e deixar de lado as preocupações dos demais', disse Silva, em referência a compra de armas russas por parte da Venezuela.
'Queremos que haja um compromisso de verdade na luta contra o narcotráfico, que se compartilhe a informação sobre as atividades ilegais [...]. Esta é a cooperação integral que estamos buscando'.
O chanceler Celso Amorim disse que o Brasil quer 'garantias' de que o pacto militar entre Bogotá e Washington não vá ultrapassar as fronteiras colombianas, mas reconheceu o direito de cada país da região de celebrar seus próprios acordos na área de defesa.
Tanto a Colômbia quanto a Bolívia confirmaram que caberá ao Equador, que detém a presidência rotativa da Unasul, a decisão sobre se uma nova reunião do grupo será convocada.
Para o chanceler equatoriano, na reunião houve 'pontos de consenso e de desacordo'. Ele disse que entre os avanços está o estabelecimento de mecanismos para troca de informação e de cooperação em matéria de segurança.
Com Reuters, Efe e France Presse
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